domingo, 11 de dezembro de 2011

Politics + Material

Trabalho apresentado à disciplina Tópicos em Teoria e Análise Crítica da Arquitetura e Urbanismo, com base em textos retirados do livro The state of architecture at the beginning of the 21st century. Grupo: Amanda Amaral / Ellen Carvalho / Letícia Bassi / Michelli Souza / Patrícia Celli

Sumário

1 Introdução
2 Políticas e Material
3 Análise Crítica das Obras
4 Conclusão
5 Referências Bibliográficas

1 Introdução

Os materiais têm o poder de transmitir sentimentos e sensações. Exemplos a serem citados são o aconchego trazido ao espaço pela madeira e a leveza do vidro. O edifício Reichstag é um dos edifícios que mostra o efeito dos materiais na arquitetura recente. A doma de vidro presente na construção levantou várias dúvidas e críticas. Uns achavam que a doma representava a transparência da democracia, enquanto outros questionavam se não seria uma forma de comparação à acessibilidade ou honestidade governamental. O edifício Reichstag mostrou que materiais carregam vários significados e manejá-los não é tarefa simples.
Steven Holl defende que o uso do significado dos materiais, não só é uma responsabilidade do arquiteto, como também uma de suas ferramentas mais poderosas. A experiência fenomenal da arquitetura não pode ser restrita a uma única interpretação.
Detlev Mertins mostra uma perspectiva histórica de como os arquitetos modernos tentaram ligar materiais à política progressista.
Um exemplo contemporâneo de inovação do uso dos materiais está presente no trabalho de Tochico Mori, que mostra como uma tecnologia antiga, a tecelagem, está tendo novos e diferentes usos. Tochico sugere ainda que os arquitetos adotem uma “mentalidade exploradora” para o uso dos materiais, uma vez que recentes avanços na tecnologia material têm vindo de campos desligados da arquitetura.
Uma abordagem diferente está documentada no trabalho de Wiel Arets, que demonstra o poder dos materiais de integrar elementos diferentes em um todo compreensível, usando o exemplo de uma galeria de arte que ele projetou na Holanda. 
Jesse Reiser e Nanako Umemoto procuram pela disseminação de uma concepção mais ampla do termo materiais, definindo arquitetura como a organização dos elementos no espaço. Eles usam diagramas para evidenciar a inteligência que faz parte do mundo dos materiais e para traduzí-la em intervenções arquitetônicas.
Examinando um recente e importante desenvolvimento na arquitetura, Victoria Meyers procura pela ascensão dos chamados “materiais verdes”, argumentando que esse nome não deve ser usado meramente como uma “bandeira” da preocupação ambiental, e sim refletir uma atenção mais profunda quanto à ligação existente entre arquitetura e ecologia.  E finalmente, Evan Douglis, que faz uma séria meditação acerca do poder que a política tem de fazer – e desfazer – o mundo material.

2 Políticas e Material

A história dos materiais está estritamente ligada à história da civilização humana. O material evolui  em nível de complexidade a partir da interação e conexão com a sociedade. Exemplo dessa complexidade é a tecelagem que era utilizada pelos Incas e peruanos para compor suas manifestações religiosas. Muitas culturas também usam a tecelagem arquitetonicamente.
O  ponto de materialidade da arquitetura é um componente necessário à transformação da experiência que está em curso , altera comportamentos e hábitos de frequentação de lugares que provocam alguns deslocamentos na experimentação corpórea da cidade.
“(...)a lógica dos espaços é a lógica do objetos que o integram, mas tais objetos se destinam a expressar algo da singularidade de seus donos (...)” ¹
A arquitetura possui duas extremidades: uma são as qualidades de peso, durabilidade e cores que os atributos e as performances fazem reconhecer todos os materiais. E na outra extremidade estão as forças invisíveis que formam a arquitetura, como as forças sociais, políticas ou econômicas. A arquitetura como prática é definida pela matéria.
A ligação entre políticas e materiais de construção, principalmente a política revolucionária, foi um impulso recorrente dos arquitetos modernos do século XX. Os materiais sintéticos como o vidro e o aço se prestavam bem à produção em série da época.
“A princípio parecem ganhar terreno ideias como transparência e fluidez dos espaços, ausência de delimitações espaciais rígidas e até superposição e mutabilidade de funções (...)” ²
Materiais e práticas materiais na arquitetura assumem encargo político – muitas vezes apenas por um breve momento – através da sua participação nos sistemas de comunicação e consumo que constituem o desenvolvimento do mundo. A construção verde é uma das ferramentas mais poderosas que a arquitetura tem para influenciar na política. Em um mundo onde a preocupação ambiental é uma necessidade imediata, a política se vê obrigada a fazer algo nesse sentido. O poder da arquitetura verde de aumentar a eficiência energética de edifícios surge como uma estratégia política ambiental para que vivamos em um mundo menos degradado. O estudo mais profundo sobre os materiais capacita os arquitetos para usá-los de maneira a auxiliar no desenvolvimento dessa política, a fim de obter a maior quantidade de benefícios possíveis da arquitetura e dos materiais em prol da política.

3 Análise Crítica das Obras

I. Igreja em Limburg, na Bélgica

É surpreendente descobrir novas possibilidades estéticas em locais inusitados. O projeto visa levar arte a espaços públicos. Construída com finas chapas de aço, a igreja de 10 metros de altura tem várias lacunas e se integra à natureza de uma forma meio surreal. Dependendo da perspectiva, a igreja pode ser percebida como uma construção maciça ou pode dissolver-se na paisagem.
A igrejinha em Limburg é a demonstração de que é possível realizar uma arquitetura que integre material e paisagem / individuo e material , possibilitando inteirações e conexões com matérias simples sem a utilização de técnicas comuns , possibilitando sensações novas ao indivíduo contemporâneo extasiado pelo marasmo da vida cotidiana.



Projeto, Reading Between the Lines- Arquitetos Pieterjan Gijs e Arnout Van Vaerenbergh


II. Projeto “Bluetube bar “-Arquitetos Antônio Martins, Carlos Foyedo, e Luís Grilo do estúdio Português Dose
“Bluetube bar” utiliza os materiais de baixo custo e técnicas de construção simples para criar um bar temporário ao ar livre.















O projeto foi concebido para a Queima das Fitas do Porto festival acadêmico.A  área estabelecida para a obra foram de 3 metros quadrados e cinco metros de altura. Dose rolou tubos de  plástico corrugado em um padrão helicoidal em torno de uma estrutura básica. Cada camada foi assegurada em conjunto com braçadeiras de plástico.

A natureza do material oferece efeitos de iluminação interessantes durante a noite quando iluminada por dentro. 
Exemplo de como um material simples, a partir de uma idéia, pode tornar-se algo inovador e incrível, e como a escolha dos materiais é importante para expressar a idéia da construção e a sensação que ela transmite. No caso do bar, criou-se um ambiente inusitado e descontraído.
III. O vídeo em questão mostra como a criatividade e o uso dos materiais corretos pode interferir positivamente no espaço e na maneira como ele é usado. A arquitetura tem o poder de mudar comportamentos e é justamente por ter essa habilidade que ela pode ser uma importante ferramenta política e social. No vídeo vemos um exemplo  de intervenção arquitetônica mudar o comportamento de milhares de pessoas qua passaram pelo local onde ela ocorria. Se essa simples obra influenciou tantas pessoas dessa maneira, não como negar o da  arquitetura enquanto formadora de opiniões.

4 Conclusão

Os arquitetos devem ser mais engenhosos, inovadores e criativos . Tochico Mori sugere que esses profissionais adotem uma “mentalidade exploradora” para o uso dos materiais, uma vez que recentes avanços na tecnologia material têm vindo de campos desligados da arquitetura. A escolha dos materiais é importante para expressar a idéia da construção e a sensação que esta transmite. É aí que entra a necessidade de o arquiteto pesquisar e se manter informado sobre o que acontece no mundo, pois toda novidade pode ser usada a favor de sua profissão.

5 Referências Bibliográficas

The state of architecture at beginning of the 21st century - capítulo 'Politics + Material'

[1] [2] Kapp, Silke. A Síndrome do Estojo. Disponível em : <http://mdc.arq.br/2009/05/09/sindrome-do-estojo/>


Reading Between the Lines. <http://www.escritoriodearterio.com.br/blog/>

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Arquitetura como Manifestação Política

Diante de um Brasil opressor, cercado de regimes e autoridades, os vários movimentos revolucionários, ao longo do tempo, como Diretas Já, Revolta da Vacina trouxeram importantes conquistas.
Entre o final dos anos 70 e início dos 80 a aproximação entre arquitetos e os movimentos sociais repercutiu em novas perspectivas para a profissão de arquitetos. O que antes era uma arquitetura limitada e regrada foi aos poucos se rompendo e se libertando de métodos tradicionais.
Essa liberdade de expressão foi importante, pois os arquitetos se aventuraram fazendo com que arquitetura e a política se misturassem para propôr alternativas que buscassem dar novas propostas sem eliminar o papel profissional. Daí nasceram métodos para possibilitar o projeto participativo da habitação coletiva, para desalienar o trabalhador da construção civil do objeto do seu trabalho. Esse Brasil com manifestações foram tempos de construção de novos sonhos, num momento em que o Partido dos Trabalhadores estava longe de se render e se constituía no elo de articulação de movimentos sociais, intelectuais orgânicos e sindicalistas, todos em busca de alternativas às velhas estruturas herdadas do populismo e da ditadura.


 Baseado em : FERRO, Sérgio, Arquitetura e Trabalho Livre.ed  CosacNaify, 2006

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

ARBORES LAETAE
INSTALAÇÃO: LIVERPOOL BIENAL, LIVERPOOL, 2008

Principal-in Charge: Elizabeth Diller
Líder do projeto: David Allin





segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Dentro da "rede"

Módulo: Tópicos em Teoria e Análise Crítica da Arquitetura e do Urbanismo
Outubro, Novembro e Dezembro de 2011
Prof: Flávia Nacif


O que está havendo com a função comunicativa da cidade, ou seja, com a idéia de que os espaços, os edifícios nos comunicam algo? O que está substituindo o papel comunicativo da arquitetura? É a atual revolução da informação, é ela que está substituindo a cidade por um aparelho de comunicação diferente, pois já não é necessário mais, ir ao banco se podemos ver o movimento de nossa conta em casa, não precisamos ir à cidade, se podemos ver o que se passa pelo jornal enquanto comemos, pra que ir ao cinema, se podemos ver o filme na TV. O que se percebe é que estes avanços da informática e nos meios de comunicação acabam absorvendo os papeis expansivos da cidade e da arquitetura.
Segundo Fernando Freitas Fuão autor do artigo Cidades Fantasmas não pode pensar que o sistema informatizado substituirá o sistema tradicional de modo totalitário, o que podemos acreditar é que estes coexistirão simultaneamente, pois no presente momento, parece impossível suprir toda a arquitetura da existência humana.
A cidade e a arquitetura serão reestruturadas a partir desses aspectos comunicacionais presentes. Mas o que o avanço da informática faz com os espaços a ponto da cidade e da arquitetura serem reestruturados? Alguns espaços desaparecem, e outros tendem a encolher de tamanho, como os bancos, os cinemas, os mercados e este sumiço na arquitetura e esta inibição dos espaços físicos das cidades significa uma repressão, uma retenção. “...A informatização e a “rede” absorvem tudo. Podemos colocar tudo nela, como se fosse um saco sem fundo, um suporte de reprodução quase infinito...” (FREITAS, Fernando. Cidades Fantasmas- Portal Vitruvius: Arquitextos- Texto Especial 138- junho 2002)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Caderno Técnico